Com cenário cada vez mais difícil para compra de mais doses de imunizantes contra Covid-19 e o apelo de alguns parlamentares sergipanos para o remanejamento de emendas para a compra de vacinas, o senador Rogério Carvalho (PT/SE), que chegou a elogiar a boa vontade da ação, esclareceu que apesar disso, o Congresso Nacional liberou bilhões para o governo Bolsonaro para a compra de vacinas.
“Nós, do Congresso Nacional, liberamos 20 bilhões de reais para a aquisição de vacinas para o governo federal. O consórcio de governadores conseguiu fazer um contrato de 38 milhões de doses. O problema é o tempo em que essas vacinas devem chegar, e que o consórcio deve agilizar o processo. Só que quem deve pagar por essas vacinas é o governo federal que tem um recurso liberado para isso. ”, explicou.
Para explicar sobre a lógica dos recursos, o parlamentar sergipano destacou que “se os governadores comprarem as vacinas, as doses vão ter que ser entregues ao governo federal para o plano nacional de imunização”, disse. “E o nosso estado só vai receber o que for proporcional à população. Portanto, o nosso compromisso é, se o governo federal não fizer a sua parte, nós faremos o remanejamento de emendas para atender à população.”
Inclusive, o terceiro secretário geral da mesa do Senado, cargo de bastante acesso à presidência da casa legislativa, contou que fez um pedido ao presidente Rodrigo Pacheco (DEM/MG) para que o Senado priorize as matérias referentes à pandemia e à vacina.
“Fizemos uma combinação de que enquanto não resolver a questão da vacina, o Senado só vota coisas referentes à Covid. Não dá para a gente continuar a votar os projetos de interesse do governo, se o governo não resolver a questão das vacinas e os encaminhamentos necessários para enfrentar a pandemia”.
DESCONTROLE DA PANDEMIA
Diante do aumento no número de mortos e da possibilidade de haver mais recordes de vítimas da Covid, o senador Rogério lamentou a persistência em haver desinformação sobre tratamento precoce, como o uso de cloroquina e ivermectina.
“Eu cheguei a falar no seu programa que perderíamos a 300 mil vidas, agora posso fazer uma previsão de 700 mil, por causa das tensões do presidente com desinformação, contra governadores e prefeitos e da resistência de quem nega o conhecimento. Os especialistas agora chegam a dar como certas 500 mil mortes. A gente precisa ter coragem de assumir a posição correta, que é ao lado da ciência.”
LULA
Também esteve entre os assuntos da entrevista, a da decisão do Supremo Tribunal Federal de aceitar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rogério Carvalho reforçou que a situação da elegibilidade de Lula é irreversível.
“Primeiro, que a decisão da nulidade por suspeição do Moro não tem reversão, é definitiva. Quem falar o contrário, está falando para confundir a população. O STF recolocou o judiciário nos trilhos, ao considerar a atuação do ex-juiz, que negociou a condenação de Lula para ser ministro, parcial. Todos os atos do Moro foram considerados nulos”, falou.
Sobre um outro julgamento do STF que vai analisar o recurso da Procuradoria Geral da República que tenta restabelecer condenações, Rogério Carvalho diz que a decisão do ministro Edson Fachin não deixa dúvidas:
“O ministro Fachin disse que os processos do Lula não eram para serem julgados pelo Moro, que ele não era o juiz da Vara. O que deve ser analisado são os possíveis novos ingressos na vara de Brasília, mas isso não vai interferir na atuação de elegibilidade do presidente Lula”, comemorou.
Rogério Carvalho não esconde que o “efeito Lula” mudou o cenário político porque o povo brasileiro, especialmente os sergipanos, sabem que Lula foi o presidente mais comprometido com o Brasil na história do nosso país.
“O Lula provou a sua inocência, e o juiz Moro sequer colocou nos autos as provas de que Lula não tinha cometido um crime. Lula ganhou todos os processos fora de Curitiba. Veja a crueldade, foi condenado, teve seus direitos políticos cassados e foi preso, porque Lula não podia ir para a rua para pedir voto para o candidato dele. Foi uma ação política. O problema é Lula, eles queriam Lula!”
Rogério conta sobre a possibilidade de Lula voltar a percorrer os estados brasileiros.
“Espero que num momento oportuno, o Lula possa se colocar à disposição de brasileiros e brasileiras, que sabem que com ele podem contar. Um presidente respeitoso, que com certeza, estaria fazendo mais durante a pandemia, com o auxílio emergencial maior que R$ 600 reais, as empresas estariam recebendo incentivos para enfrentar a crise, haveria vacinas para todos. Lula sempre agiu rápido, chegou, e fez uma ação coordenada, responsável no combate à crise.”
MONOCULARES E ORFÃO DA COVID
Houve um momento na entrevista entre o senador Rogério Carvalho e o comunicador Narciso Machado, em que a sanção do primeiro projeto de lei do parlamentar foi comemorada, pela articulação política que aconteceu para consolidar a Lei dos Monoculares.
“Eu queria agradecer a todos que divulgaram o nosso projeto que foi sancionado pelo presidente da República o projeto que garante direitos aos monoculares. Limpamos a cegueira em relação à deficiência de milhares de brasileiros”, pontuou Carvalho.
Uma outra proposta que tem sido bastante comentada pela população é a que estabelece uma pensão de R$1,1 mil para as crianças e adolescentes que perderam os pais, vítimas da Covid, até os 18 anos de idade. O senador Rogério Carvalho garante que o projeto deve entrar na pauta até a Semana Santa.
“Este projeto que trata de um auxílio de um salário mínimo para as crianças órfãs da Covid, porque veja, além de perder seus pais, parte da sua família, essas crianças precisam seguir em frente, e ter pelo menos alguma garantia material para tocar a vida. Temos mais de 300 mil brasileiros que morreram com esta triste doença.”
AUXILIO EMERGENCIAL
Sobre o auxílio emergencial, o senador Rogério Carvalho não deixa espaço para outras interpretações em relação ao interesse do PT em garantir uma renda mínima justa aos brasileiros, mesmo num governo como o de Bolsonaro.
“O PT fez um voto em separado na PEC Emergencial para dar condições ao governo de ter dinheiro para pagar os 600 reais, que houvesse ainda uma ajuda para empresas, e mais dinheiro para a saúde e para a compra de vacinas, só que o governo rejeitou. ”, finalizou.
Assessoria Rogério Carvalho