Assistimos, sob um aparente manto da perplexidade, à nomeação do Prof. Valter Joviniano de Santana Filho ao cargo de reitor da Universidade Federal de Sergipe, em divulgação na noite do dia 17 de março no portal JL Política e sacramentada no Diário Oficial da União na madrugada do dia 18.
Ainda que se apresente como algo legal, a sua nomeação enlameia ainda mais a gestão que o sustenta. Como uma sequência de atos desesperados para não perder o domínio da condução da UFS, barganha com ex-deputados o cargo de reitor a troca do sabe-se lá o quê! Usa a Universidade Pública como moeda de troca, para se sustentar a qualquer custo em seu comando. Quem não lembra que, a despeito de um processo democrático iniciado em 1984, maculou o nome da Universidade, na medida em que não participou da consulta à comunidade universitária?
Quais as suas metas frentes às sérias restrições orçamentárias? Qual será seu posicionamento frente a políticas educacionais que retiram e afetam a autonomia universitária? Quem será este novo reitor? Um representante da comunidade acadêmica frente ao governo ou um representante do governo dentro da UFS?
A “maestria” que o ex-reitor Angelo Antoniolli apresenta para alguns, só poderia ser entendida numa lógica de entreguismo e submissão. Estimulado pelo poder, que exerceu por 16 anos somente na reitoria, esquece que as trevas as quais se mantém vinculado, como fatídico vídeo dos 50 anos da UFS em que enaltece uma eminência parda da política nacional e local, hão de ser combatidas e cairão combalidas, pois não descansaremos no combate.
E, lembrando Ernest Hemingway (numa adaptação extraída do livro Adeus às armas):
– Quem está nas trincheiras ao teu lado?
– E isso importa?
– Mais do que a própria guerra.
Do lado de cá da trincheira estão servidoras(es) e estudantes que sobreviverão ao que vocês representam, que estarão atenta (os) aos movimentos e aos destinos políticos, acadêmicos e financeiros da UFS. Uma comunidade que não permitirá retrocesso das conquistas de vagas ocupadas por estudantes filhas(os) da classe trabalhadora porque, de um modo ou de outro, já é tempo de se compreender que a UFS é cada um de nós! A cada momento que tentarem silenciar nossas vozes, gritaremos mais forte para tirar o sono dos que fingem dormir!
Só nos resta afirmar: não conte conosco para levar adiante o desmonte da universidade pública, pois é isso que o seu grupo representa. Acabou a intervenção e começa a gestão sem legitimidade, e contra ela continuamos a movimentar-nos.
Prof.ª Vera Núbia Santos
Prof.ª Silvana Aparecida Bretas