A apertada aprovação do nome de Paulo Gonet (45 votos a 26) para mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República provocou um clima de preocupação no Planalto. O desempenho abaixo do esperado no Senado, soou como um aviso incômodo para o governo, especialmente diante da futura batalha política envolvendo a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, para a cadeira atualmente ocupada por Luís Roberto Barroso.
Segundo apuração divulgada por Valdo Cruz, da GloboNews, o pós-votação foi marcado por movimentações discretas – mas eloquentes – entre os principais articuladores do Senado. Assim que o resultado foi anunciado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, deixou o plenário acompanhado do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do sergipano Laércio Oliveira (PP).
Interpelado sobre como enxergava o impacto da votação de Gonet na indicação ao STF, Alcolumbre foi direto: apontou para Pacheco e sentenciou: “Aqui está o meu candidato”. Laércio, ao lado, reforçou o gesto com convicção: “Só o Rodrigo será aprovado”.
A declaração evidencia a força que o nome de Pacheco ganhou nos bastidores, enquanto o próprio senador ainda aguarda a palavra final do presidente Lula sobre o futuro da vaga no Supremo.
Ao mesmo tempo, Pacheco enfrenta outro dilema: seu próprio destino político em Minas Gerais. Ele já admite publicamente que, caso opte por concorrer ao governo do estado em 2026, não pretende fazê-lo pelo PSD. A sigla, afirma, tomou um rumo alinhado ao projeto do governador Romeu Zema e de seu vice, Mateus Simões, movimento que não o contempla.
“Ficou claro que o PSD nacional decidiu se aproximar do projeto político do Zema e do Mateus. Não me incomoda, é uma escolha do partido. Mas, se eu decidir seguir na vida pública e disputar o governo, não será pelo PSD”, declarou Pacheco.
O episódio envolvendo Gonet, portanto, não apenas rearranja o tabuleiro da próxima indicação ao STF, como também expõe as fissuras e reposicionamentos que vêm moldando a política mineira e nacional.
A escolha preferencial do presidente Lula é o atual ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que é membro da Igreja Batista.
Por Redação
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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