O dia 28 de agosto de 1906 foi um fatídico dia na história do Brasil, especialmente para o povo sergipano, pois marcou a morte do eminente filósofo e jurista Fausto Cardoso. Sua morte comoveu o mundo da ciência devido ao seu assassinato em frente ao Palácio do Governo por questões políticas. No entanto, meu ensaio não se concentra nesse trágico evento, mas sim na obra-prima de Fausto Cardoso, “Concepção Monística do Universo e Introdução ao Cosmos do Direito e da Moral”, escrita há 131 anos, em 1894.
A obra foi publicada pela Laemmert & C., editores-proprietários no Rio de Janeiro, e traz um prefácio de Graça Aranha, que destaca a importância da filosofia monística para a compreensão do universo e do direito. Meu contato com essa obra ocorreu ainda na minha juventude, e fiquei fascinado com a escrita poderosa de Fausto Cardoso sobre a filosofia.
Após a leitura da obra, busquei aprofundar meus conhecimentos sobre o assunto e encontrei um artigo do eminente professor Cabral Machado. Isso me levou a visitar sua residência, localizada na Rua Don José Tomás, onde tive a oportunidade de conversar com ele sobre o livro. Passamos uma tarde inteira discutindo sobre a obra e sua abordagem filosófica. O professor Cabral Machado tinha uma visão filosófica bastante profunda, e sua conversa foi enriquecedora para mim.
Essa conversa foi um divisor de águas em minha jornada acadêmica. Após concluir o curso de Direito, decidi me graduar em Filosofia, motivado pela paixão despertada pela obra de Fausto Cardoso. Ao longo dos anos, fui compreendendo melhor o livro e sua abordagem monística, inspirada em Ernst Haeckel, que afirma que os fenômenos da vida humana são regidos por leis fixas e imutáveis, assim como os da natureza.
A filosofia monística foi introduzida no Brasil por Tobias Barreto, que defendeu a tese do monismo em um concurso para professor da Faculdade de Direito de Recife em 1882. Graça Aranha narra o feito de Tobias Barreto, destacando que, quando ele começou a falar, o mundo desabou na cabeça da congregação. Tobias Barreto trouxe o pensamento do eminente professor alemão Rodolfo Von Ihering para o debate, causando um choque na época.
A leitura da obra de Fausto Cardoso não é fácil, pois ele questiona o enigma da humanidade e critica a teologia e a metafísica por não terem respostas, colocando nas mãos da ciência a resolução do problema.
A Necessidade de Reeditar a Obra
Infelizmente, a obra de Fausto Cardoso é pouco conhecida e acessível ao público em geral. Acredito que seja fundamental reeditar essa obra-prima para que novas gerações possam se beneficiar de suas ideias e reflexões. A reedição dessa obra permitirá que um público mais amplo obtenha uma compreensão mais profunda e detalhada das contribuições de Fausto Cardoso para a filosofia brasileira e ao desenvolvimento do pensamento monístico no país.
Conclusão
Pretendo avançar na análise da obra de Fausto Cardoso, explorando seu pensamento filosófico e sua contribuição para a compreensão do universo e do direito. Este ensaio é apenas uma pequena amostra de vários estudos que pretendo realizar para concluir a obra por completo, exigindo da minha parte uma responsabilidade com o autor e sua filosofia.
Sobre o Autor
Antônio Porfírio de Matos Neto
- Graduações:
- Direito
- Economia
- Filosofia
- Ciência Política
- Administração
- Graduando em:
- História
- Teologia
- Engenharia de Produção
- Pós-graduação:
- Gestão Municipal
- Pós-graduando em:
- Gestão Pública
- Mestre em:
- Economia
- Doutorando em:
- Filosofia