Esta quarta-feira, 13, foi dia de celebrar o talento e a dedicação dos estudantes da rede pública de Aracaju. A Secretaria Municipal da Educação (Semed) premiou quatro alunas pelas criações artísticas que desenvolveram para a etapa municipal do Prêmio MPT (Ministério Público do Trabalho) na Escola 2025. Elas se inscreveram nas categorias Desenho e Poesia, e produziram artes relacionadas ao trabalho infantil para os 4º e 5º anos, o trabalho infantil. Acompanhadas das diretoras das escolas, durante homenagem realizada na Semed, as quatro meninas receberam um kit para produções artísticas, um certificado e uma medalha em reconhecimento ao destaque obtido.
A seleção dos trabalhos contemplados pela secretaria foi feita pela Coordenação de Artes (Coart) da Semed. Da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Otília de Araújo Macêdo, foram escolhidos o desenho de Mariana Roberta Santos, do 4º ano; e a poesia de Laila Gabrielle Oliveira, do 5° ano. Da EMEF Bebé Tiúba, foram selecionadas as obras de duas crianças do 5º ano: o desenho de Maria Gabriela da Silva e a poesia de Eulália Cecília Ângelo.
Mais de 200 alunos das duas escolas representaram a Rede Municipal na iniciativa do Ministério Público do Trabalho. Foram produzidas 28 poesias, 8 crônicas e 200 desenhos em cartolina. A execução dessas atividades foi incentivada pela Coordenadoria de Arte e Educação (Coart), que contou com o apoio de professores e diretoras das unidades de ensino. Além do estímulo à leitura, escrita e arte na rede pública, o intuito foi despertar a consciência dos estudantes sobre a temática do Prêmio MPT.
Para o coordenador de Artes da Semed, Alessandro Felix, essa ação reforça o compromisso da secretaria e das escolas em promover a educação para a cidadania e a proteção dos direitos da criança e do adolescente. “Sob a orientação da equipe da Coart e o acompanhamento dos professores, que já vinham trabalhando o tema em sala de aula, os alunos produziram poesias, crônicas e desenhos, demonstrando criatividade, reflexão e engajamento. As produções evidenciam que o assunto estava vivo e ‘florescido’ na mente das crianças, traduzindo-se em mensagens de conscientização e esperança”, avaliou Felix.
Durante a premiação, a secretária municipal da Educação, Edna Amorim, parabenizou as meninas pelo desempenho no projeto. Ela também enalteceu o trabalho desenvolvido nas escolas e a importância da conscientização sobre o trabalho infantil. “É um dia feliz com a premiação dessas quatro alunas pelas produções que elas desenvolveram. Elas representam todos os nossos estudantes que se debruçaram sobre esse assunto, que é realmente de extrema importância para a sociedade. Nós, que fazemos a Educação de Aracaju, ficamos bastante comovidos”, avaliou a secretária.
O evento contou com a presença do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Sergipe, Alexandre Magno. De acordo com ele, a execução do MPT na escola visa possibilitar que as crianças adquiram conhecimento de uma forma lúdica, por meio da arte, apresentando seus trabalhos e a visão a respeito do assunto. “A finalidade do projeto é trabalhar a questão da exploração do trabalho infantil, da promoção da aprendizagem nas escolas públicas; ou seja, conscientizar as gerações futuras acerca da necessidade de se combater essa mazela que tem raízes culturais e que rouba a infância das nossas crianças”, destacou.
Silvânia Nogueira, diretora da EMEF Otília de Araújo Macedo, explicou como foram realizadas as atividades pedagógicas para preparar as crianças. Segundo ela, o assunto foi bastante abordado pelos professores em sala de aula. Também foi realizado um trabalho com poesias, exibição de filmes e reportagens. A diretora chamou atenção, ainda, para o fato de muitas dessas crianças estarem em situação de vulnerabilidade, e essa ação ser importante para alertá-las sobre os riscos. “É interessante que elas já descubram a partir daí e a importância de se prevenir, porque o trabalho infantil, infelizmente, continua fazendo vítimas. A gente precisa mostrar para as crianças como elas podem se desvencilhar disso. Assim, elas também se tornam divulgadoras, elas passam para outros colegas o que aprenderam, o que é importante para a erradicação”, pontuou a diretora.
Mariana Roberta, ao apresentar o seu desenho, demonstrou não só suas habilidades, como também a capacidade de refletir sobre esse problema social. Ela retratou na cartolina alguns meninos trabalhando no semáforo, vendendo água mineral. “O que me inspirou a fazer esse desenho foi que eu percebi que as crianças não devem trabalhar no semáforo. Elas devem estar na escola. As crianças não devem trabalhar, mas sim estudar e brincar”, disse a estudante.
PMA