O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma “suprema humilhação” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições ao ex-chefe do Executivo.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (18), Bolsonaro rejeitou qualquer intenção de deixar o país ou buscar asilo em embaixadas.
“Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para a embaixada. A suspeita [de fuga] é um exagero. Poxa, eu sou um ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação”, desabafou.
Além do monitoramento eletrônico, Moraes impôs recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, proibição de usar redes sociais e de manter contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros investigados no inquérito – incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado.
A Polícia Federal realizou uma operação na manhã desta sexta para cumprir as medidas cautelares e executar mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente. Durante a ação, agentes apreenderam cerca de 14 mil dólares. Bolsonaro, por sua vez, afirmou que o valor é fruto de economia pessoal.
“Sempre guardei dólar em casa. Todo dólar pego lá tem recibo do Banco do Brasil”, justificou o ex-presidente.
Em tom de indignação, o ex-presidente reclamou ainda da proibição de falar com o filho.
“Estou sendo humilhado. Não posso falar nem com o Eduardo. É uma suprema humilhação”, afirmou Bolsonaro em entrevista a jornalistas.
Defesa critica decisão
Em nota, os advogados de Bolsonaro criticaram as medidas impostas pelo STF, classificando-as como “severas e injustificadas”.
“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”, observam os advogados.
Por Redação
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