O oficial investigador da Polícia Civil e ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (SINPOL-SE), Antônio Moraes, foi alvo de uma decisão controversa do Governo de Sergipe. Nesta quinta-feira (17), Moraes descobriu, com surpresa, que havia sido demitido a bem do serviço público, por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial do Estado.
A justificativa da Secretaria de Segurança Pública? Um processo disciplinar aberto em 2003 – há exatos 22 anos. O detalhe é que o mesmo fato já havia sido analisado na esfera criminal, onde Moraes foi absolvido em 2009, com parecer favorável do Ministério Público.
“É um processo prescrito, com graves nulidades, mas a Procuradoria-Geral do Estado resolveu, de forma criativa, não enxergar isso. Enfrento há quase duas décadas um assédio disciplinar e judicial por ter tido a coragem de denunciar as mazelas da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública”, desabafou Moraes, em nota enviada ao Hora News.
Conhecido por sua atuação combativa no SINPOL, Moraes atribui a decisão à sua trajetória sindical e às críticas à precarização do trabalho policial.
“Combati, combato e combaterei os privilégios de uma casta de servidores. Não vão me calar”, afirma.
Ao lado do advogado Rafael Sandes, o policial já prepara uma nova batalha judicial para tentar reverter o ato administrativo.
“Confio na Justiça de Sergipe e acredito que mais uma vez a verdade prevalecerá”, conclui.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
