Em tempos de articulações intensas para as eleições de 2026, o vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), presidente da Câmara Municipal de Aracaju, trouxe à tona um discurso surpreendentemente conciliador e de apoio à gestão da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL). Ele avaliou de forma positiva os primeiros seis meses de gestão municipal.
Longe de polêmicas, ele elogiou o empenho da gestora em resolver problemas históricos da capital e defendeu o direito de todos os grupos políticos apresentarem seus candidatos no próximo pleito.
“Avalio que é uma gestora muito boa, porque está tentando resolver os problemas, está sentando para dialogar. Ela comentou comigo até recentemente que está se preparando para pagar os pisos de todas as categorias, de todo mundo”, revelou.
O tom positivo continuou ao falar sobre as cobranças históricas feitas por vereadores e prefeitos anteriores.
“Isso a gente cobrava muito de Edvaldo e de outros prefeitos e vereadores. Falta, às vezes, vontade política, e eu estou vendo muita vontade política nela”, afirmou.
Segundo Ricardo Vasconcelos, áreas sensíveis da administração já começam a dar sinais de melhora.
“Está começando a resolver os problemas de mobilidade urbana, está começando a resolver os problemas na saúde. Então, eu vejo que ela está arregaçando as mangas e querendo resolver os problemas. Se vai conseguir, só o tempo é que vai mostrar. Isso vai depender da capacidade e da competência da equipe dela para entregar resultados. Mas, pelo menos em termos de dedicação e de empenho, eu tenho visto que não está faltando não”, reconheceu.
Quando o assunto são as eleições do próximo ano, Ricardo Vasconcelos foi categórico: é preciso respeitar a democracia e não temer a concorrência. Ele defendeu o direito de Emília ter seus próprios candidatos ao Governo e ao Senado.
“É extremamente legítimo. Todo mundo pode ter o candidato que quiser. A democracia é para isso. Acho que os agrupamentos políticos vão se organizando, vão indicando seus candidatos e quem tem que escolher o melhor representante é a população. A gente não pode estar se incomodando com isso. Eu sei que André não se incomoda, sei que Fábio também não se incomoda. Eles acham tudo natural e vamos disputar na urna com projetos, com melhores propostas para a sociedade, para o nosso povo. Não temos que ter medo de candidato. Temos que apresentar as melhores alternativas e deixar a população julgar. Acho isso natural. Deixa aí. Emília escolhe os candidatos dela, a oposição também escolhe, a esquerda escolhe, todo mundo escolhe e vamos para as urnas”, defendeu.
Questionado sobre uma possível tensão entre o governador Fábio Mitidieri e os aliados da prefeita, ele preferiu adotar um tom diplomático.
“A gente não pode fazer oposição à nossa cidade, ao nosso povo. Quando a Emília é eleita, entendemos que ela foi a escolhida e que temos que abraçá-la e apoiá-la para tocar o projeto. Agora, naquilo que a gente não concordar, a gente demarca a posição e é contra, tenta convencê-la a pensar diferente. Então é isso que o governador Fábio diz: ‘Veja, acabou a eleição, a prefeita foi a escolhida, agora vamos apoiar, ajudar, mas mantendo nossa independência e nossos princípios. Vamos ajudar em tudo aquilo que for de interesse da cidade e do nosso povo’”, declarou o presidente, em entrevista ao Jornal da Manhã (Jovem Pan), nesta quinta-feira (10).
Ricardo Vasconcelos deixou um recado direto para aqueles que ainda confundem gestão com disputa eleitoral.
“A gente sabe muito bem separar. Uma coisa são os objetivos individuais, isso a gente trata no momento eleitoral. Mas não pode, em hipótese alguma, colocar a política em primeiro lugar e atrapalhar a cidade e o desenvolvimento do nosso povo. Pensamos assim, e acho que é o caminho certo”, concluiu.
Por Redação
Foto: Agência Câmara
