Na manhã desta quarta-feira (9), a porta da Câmara de Vereadores de Aracaju foi tomada por um grande número de servidores municipais em protesto contra a Reforma da Previdência proposta pela prefeita Emília Corrêa. Assistentes sociais, enfermeiros, médicos, dentistas, educadores sociais estatutários e profissionais da saúde em geral, se reuniram em uma assembleia geral unificada para denunciar o que chamam de ataque direto aos direitos trabalhistas conquistados ao longo de décadas.
Com cartazes e palavras de ordem, os servidores denunciaram pontos do Projeto de Lei Complementar 9/2025, enviado pela Prefeitura para votação na Câmara, que prevê entre outras medidas, a perda de direitos históricos, redução no valor das aposentadorias, aumento da idade mínima para aposentadoria e fim da aposentadoria especial para atividades insalubres.
O clima foi de indignação e disposição para a luta. Representantes de sindicatos como o Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe (Sindasse), Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese), Sindicato dos Cirurgiões-Dentistas de Sergipe (Sinodonto), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Área Socioeducativa de Sergipe (Sints), Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Município de Aracaju (Sintama), Sindicato dos Guardas Municipais de Aracaju (Sigma) e Sindicato dos Nutricionistas do Estado de Sergipe (Sindinutrise) participaram da mobilização e reforçaram a necessidade de união da categoria.
“Hoje mostramos que os servidores não vão aceitar calados esse pacote de maldades. A gestão precisa ouvir as nossas reivindicações e respeitar os trabalhadores que mantêm essa cidade funcionando”, afirmou o coordenador-geral do SINDASSE, Ygor Machado.
A dirigente do SINTS, Lilian Pereira, também fez um discurso contundente durante a assembleia.
“A proposta da Prefeitura aumenta a idade para aposentadoria, eleva a contribuição e acaba com o direito à aposentadoria especial de quem trabalha em áreas insalubres. É inadmissível! Precisamos resistir e não vamos recuar”, afirmou.
Ao final da mobilização, os servidores aprovaram um indicativo de greve, que poderá ser deflagrada caso a gestão municipal não apresente propostas concretas na próxima reunião da mesa de negociação, marcada para esta tarde.
A manifestação desta manhã deixou claro que o enfrentamento à reforma previdenciária será intenso e promete novos capítulos nos próximos dias.
Determinação Judicial
A Reforma da Previdência proposta pela Prefeitura de Aracaju atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que obriga os estados e municípios a adequarem seus regimes próprios de previdência às normas estabelecidas pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019.
Por Redação
Foto: Iracema Corso