O agravamento do conflito no Oriente Médio, impulsionado pelos recentes bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, levou o papa Leão XIV a se pronunciar de forma contundente neste domingo (22). Durante a oração do Angelus, no Vaticano, o líder da Igreja Católica fez um apelo direto em favor da paz, em uma mensagem que rapidamente ganhou repercussão mundial.
“A humanidade clama por paz”, afirmou o pontífice, encerrando sua fala com tom de alerta. Ele descreveu as notícias que chegam da região como “extremamente preocupantes” e advertiu que a escalada da violência coloca “a maior potência militar do mundo no centro do confronto entre Teerã e Israel”, elevando o risco de uma guerra em larga escala no Oriente Médio.
O papa também cobrou responsabilidade da comunidade internacional diante do agravamento da crise. “Cabe a cada nação e a cada líder assumir a responsabilidade moral de interromper essa espiral de violência antes que ela se transforme em uma catástrofe irreversível”, declarou.
Um pontificado construído sobre a paz
Com apenas pouco mais de um mês desde sua eleição, Leão XIV, o primeiro papa norte-americano da história da Igreja, tem dado sinais claros de que a promoção da paz será a marca central de seu papado. Desde sua primeira aparição pública, a palavra “paz” tornou-se recorrente em seus discursos. Levantamento divulgado pela Santa Sé aponta que o termo já foi citado 45 vezes em 20 manifestações oficiais, incluindo homilias, encontros diplomáticos e audiências.
Na bênção Urbi et Orbi que concedeu logo após ser escolhido, Leão XIV clamou por “uma paz desarmada e desarmante”. Dias depois, em um discurso voltado ao corpo diplomático, reforçou que a paz vai além da simples ausência de conflitos, sendo um “dom ativo de Cristo, que exige compromisso e ação de todos”.
Seu perfil conciliador destoa do estilo mais enfático e reformista do papa Francisco e reflete não apenas sua visão pastoral, mas também um cenário internacional cada vez mais tenso, com conflitos acirrados não só no Oriente Médio, mas também na Europa e em outras partes do mundo.
Diplomacia como instrumento de diálogo
Desde que assumiu o comando da Igreja Católica, Leão XIV tem atuado de forma intensa na frente diplomática. Já recebeu no Vaticano o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance. Também manteve conversas telefônicas com o presidente russo, Vladimir Putin.
Apesar das tentativas, a mediação proposta pela Santa Sé para a guerra na Ucrânia ainda não avançou de forma concreta. Mesmo assim, o papa segue tratando o tema como prioridade absoluta.
A fala deste domingo reforça o esforço do Vaticano em se posicionar como uma referência ética e diplomática diante dos conflitos globais — especialmente agora, quando o envolvimento direto dos Estados Unidos na tensão com o Irã amplia o risco de uma crise militar de proporções imprevisíveis.
Por Redação, com informações do Vatican News
Foto: Vatican News