O clima político na Câmara de Aracaju continua tenso e marcado por embates e insatisfações. O comportamento do líder do governo municipal na Câmara de Aracaju, vereador Isac Silveira (União), foi questionado neste domingo (22). O líder tem sido criticado por não defender com veemência a gestão da prefeita Emília Corrêa (PL).
De forma contundente, o vereador Lúcio Flávio (PL), vice-líder da prefeita, afirmou que a cadeira da liderança da gestão na Câmara está, na prática, vazia. Segundo ele, falta quem exerça, de fato, o papel de liderança, articulando, defendendo e representando o Executivo dentro do legislativo.
“A falta de liderança não é da prefeita. É do ‘líder’. Na verdade, o que se esperava é que o líder da prefeita na Câmara fosse verdadeiramente um representante do Executivo e a voz da gestão no parlamento. Mas, infelizmente, parece que ele é um líder de direito, mas não é de fato. Por vezes, o que se percebe é que a cadeira da liderança na Câmara está vazia. Esta é a verdade, nua e crua, sem arrodeios”, disparou Lúcio Flávio em uma rede social.
Ao mesmo tempo, ele aproveitou para rebater críticas feitas à prefeita, que tem sido apontada por alguns como alguém que não exerce liderança sobre a base. Para ele, essa narrativa é injusta e seletiva, já que rachas, brigas internas e disputas de poder são práticas recorrentes na política sergipana.
“Li uma nota sobre a suposta ausência de liderança ou de comando imputadas à prefeita Emília, devido a polêmicas na Câmara. Veja bem: Em 2020, liderado por Belivaldo, Jackson atacava publicamente Laércio, que era do seu grupo. Edvaldo se rebelou contra a indicação do nome de Fábio a Governo. Dizia que a escolha foi errada, que ele era o melhor nome. Em 24, governistas não aceitam o nome de Luiz e se racham em 3 candidaturas. Agora, de 2 vagas ao Senado, 3 nomes governistas se acotovelam sem consenso”, lembrou o parlamentar.
Nos bastidores, a avaliação é de que há dificuldades na articulação política entre o Executivo e o Legislativo, o que tem gerado ruídos, embates e falta de alinhamento em votações importantes para o município.
Para alguns jornalistas políticos, as críticas feitas por Isac Silveira e outros vereadores da base à gestão municipal demonstram que esses vereadores estão mais preocupados com seus líderes políticos, que disputarão as eleições em 2026, do que defender a prefeita nos embates com a oposição. Aliás, quem tem uma bancada de amigos desses não precisa de inimigos. E a oposição agradece.
Pelo jeito, a prefeita Emília Corrêa não teria apenas um Judas em sua bancada, mas vários Iscariotes.
Por Redação
Foto: Agência Câmara