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Home Destaques

Programa EJA transforma a vida de quem não pôde concluir o ensino básico na juventude

27/04/2022
in Destaques, Educação
Programa EJA transforma a vida de quem não pôde concluir o ensino básico na juventude
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Quase 70 milhões de brasileiros com 25 anos ou mais, 51,2% da população adulta do país, ainda não concluiu o ensino infantil, Fundamental e Médio, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Educação Básica é um dos principais mecanismos para o desenvolvimento das sociedades, pois garante a formação que promove cidadania e o acesso aos instrumentos básicos da vivência humana, como emprego de qualidade, acesso à informação e progresso na vida pessoal. 

Para mudar essa estatística, foi criado o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), destinado para o público que não completou os estudos no tempo correto e chegou na vida adulta sem a formação básica. Em Aracaju, através do EJA, ofertado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), 2.113 pessoas nessa realidade contam, atualmente, com uma segunda chance para concluir os estudos e mudar de vida.

O orgulho de Marileide 

“Hoje, o meu orgulho é saber que vou em uma mercearia levando em mãos o que devo comprar, porque já sei escrever o que é um açúcar, o que é um arroz, um café. Isso, pra mim, é o meu orgulho. Com o meu esforço e da minha professora eu vou chegar lá, se Deus quiser, porque é isso o que eu quero. A minha felicidade é terminar meus estudos e não há idade para isso, mas, sim, o interesse em querer se ergue. Não é fácil você ter tudo, mas olhar para uma caneta e pensar ‘eu não sei pegar uma dessa para escrever’, isso é muito triste, entende? Então, o meu orgulho é esse, é pegar na caneta e, um dia, eu poder dizer: ‘essa aqui fez com que eu mudasse de vida’”.

Este é um relato contado por Marileide Higineo Veiga, de 47 anos. Ela é moradora do bairro Santa Maria e, há cerca de um, mês ingressou no EJA. Desde então, tem seguido a rotina diária de ir à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Prof. Laonte Gama da Silva, no mesmo bairro. Lá, ela se alimenta com o jantar servido pela própria escola e, em seguida, acompanha as aulas que não pôde ter quando ainda era jovem, por ter que escolher entre a sala de aula e o trabalho no campo.

“Esse meu sonho é desde o quando eu era mais nova. Eu comecei a estudar muito jovem, mas por conta da necessidade de meus pais, principalmente por meu pai ser doente, na época, aí ele pediu que a gente escolhesse entre a escola e o trabalho, pois a vida financeira era muito difícil. Por conta da necessidade, tive que escolher o trabalho”, explica ela.

“Eu trabalhei na agricultura e, quando me casei, trabalhei com meu marido como feirantes, mas, após um desentendimento entre nós dois, acabamos nos separando, foi quando vim embora para Aracaju. Chegando aqui, eu gostava muito de frequentar a escola da minha neta e lá eu sempre ficava olhando e sentindo certa inveja das pessoas que iam pra escola. Eu me perguntava se um dia ainda conseguiria voltar a estudar”, relata ela.

Foi conversando com as amigas que Marileide soube que poderia ingressar no EJA. “Fiz minha matrícula no primeiro dia e, após trinta anos, eu voltei à escola. Hoje, posso dizer que tenho o maior orgulho”, revela Marileide.

Sonho da filha, sonho da mãe

Na sala ao lado onde estuda Marileide Veiga encontra-se outra aluna, Regina Oliveira dos Santos, de 38 anos, hoje, mãe de três filhos, sendo que, dois deles carregou no ventre quando ainda era adolescente. Grávida aos 13 anos, tinha 14 quando nasceu o primeiro filho e 16 quando nasceu o segundo, momento em que, por conta das reviravoltas da vida, teve que largar os estudos para se dedicar os pequenos.

Através da coordenadora administrativa da escola, Viviane Julião, que era professora da filha menor de Regina, ela ficou sabendo do EJA e foi convidada e incentivada para voltar a estudar e concluir o ensino básico. Depois de muita insistência, Regina decidiu retomar o aprendizado que já ressignificou a forma como ela enxerga a vida.

“Depois que voltei a estudar, até a forma de ajudar a minha filha nas atividades mudou, a forma de pensar no futuro porque, antes, eu pensava ‘vou trabalhar do jeito que eu trabalho mesmo, com venda, é o jeito’, mas, hoje em dia, não. Hoje, eu já penso em uma faculdade. Antes, eu cogitei prestar vestibular para Administração ou Economia. Hoje em dia, minha filha colocou na cabeça que quer ser juíza, daí conversei com ela que eu vou pra mesma área, do Direito, justamente para incentivá-la porque eu fui criada dessa forma. Os pequenos que fazem os grandes e os filhos, geralmente, copiam os pais, então, eu quero ser um exemplo para ela”, pontua.

Sabendo das dificuldades que viveu ao longo dos anos por não ter concluído os estudos, Regina busca sempre orientar seus filhos sobre a importância da formação de ensino básico, médio e também superior. Um deles, hoje com 24 anos, conta com um certificado de ensino médio concluído e atualmente está trabalhando. Já o mais velho, de 25 anos, optou por tentar ir mais longe nos estudos, mas, assim como a mãe, tem enfrentado dificuldades para concluir o ensino. Por experiência própria, Regina sabe bem como é a realidade e não deixa de ajudar e apoiar o filho.

“O meu filho mais velho estava fazendo faculdade de Educação Física, mas trancou o curso porque casou e teve que comprar um apartamento, agora precisa quitar essa dívida, ou seja, precisava trabalhar e estudar, mas a gente sabe como essa rotina é difícil. Já conversei com ele e disse que se entrou no curso, é pra terminar. Ele me prometeu que, no próximo ano, volta a estudar, que no caso é ainda esse ano, porque tem tempo que tivemos essa conversa, agora eu tô no pé dele, cobrando, esperando ele voltar, ansiosa por isso”, comentou.

Enquanto falava sobre sua história de vida e a volta à rotina de estudos, Regina reiterou e garantiu que sequer cogita abandonar novamente as aulas para guardar os cadernos e canetas no armário. “Pensar em largar os estudos? De jeito nenhum! Só paro depois que sair da faculdade, e olhe lá se não fizer outro curso. Agora eu estou muito bem e posso chegar longe. A família só morre de velho e até os meus cem anos tenho várias faculdades pra fazer”, brincou, sem deixar de esconder na expressão dos olhos o anseio por um ensino superior.

Nunca é tarde

Em 2014, dona Carmen Lúcia Melo de Jesus, que também havia largado os estudos na adolescência, voltou a frequentar a escola, a fim de recuperar o tempo perdido, mas, em virtude de motivos pessoais, acabou, mais uma vez, tendo que deixar de estudar, no ano seguinte, em 2015. As novas dificuldades, no entanto, não foram suficientes para barrar o desejo daquela personalidade feminina, batalhadora, hoje com 52 anos, que já passou por inúmeros problemas na vida.

“A gente pode até deixar de estudar na adolescência, mas, quando se chega em uma certa idade, a gente sente o peso e sempre pensa no que fez. Voltar a estudar foi um desafio, no entanto, hoje, estou me sentindo bem melhor assim, na sala de aula”, afirma Carmem. Assim como Regina, Marileide e tantas outras mulheres que deixaram de estudar para poder trabalhar, por conta da necessidade de sustentar a própria família, Carmen também é mais uma delas.

“O que me fez parar de estudar foi o excesso de responsabilidade porque eu ajudava minha mãe a lavar roupa, passar ferro, tudo, então, eu tive uma grande dificuldade em terminar meus estudos. Além disso, quando a gente é adolescente, não pensa em nada disso, de que o estudo vai importar na vida. Hoje, minha vida já mudou com o que aprendi na sala de aula. Agora, me sinto uma pessoa mais completa. Antes eu não sabia de quase nada, havia parado na quarta série e, agora, já vou para o que equivale ao primeiro ano do ensino médio”, disse Carmem, entre sorrisos.

Lamentando pelo tempo perdido, dona Carmen busca sempre orientar os mais jovens sobre a importância do estudo e de como ele é transformador na vida das pessoas, seja pelo conhecimento adquirido para o dia a dia, seja para conseguir um bom emprego, ter uma garantia maior para, futuramente, estruturar bem a família, ter melhores condições de vida. 

Ela lembra, ainda, que retomar os estudos nesta idade torna o desafio do aprendizado ainda maior. “Não é fácil, mas eu vou fazer, e já tenho feito de tudo para continuar meus estudos e, depois, tentar outras coisas melhores pra vida. Hoje, eu não trabalho mais, mas era cozinheira. Por conta de alguns problemas, tive que parar de trabalhar, mas tenho aproveitado esse ‘tempo livre’ e focado nos estudos. A idade não é tudo, já o estudo, sim, ele é tudo pra gente, pra continuar a vida.”, frisa.

A professora Maria dos Prazeres, 10 anos lecionando para alunos do EJA, conta como as experiências com esses alunos mudaram a forma como ela exerce sua atividade profissional.
“Eu vejo nos meus alunos o anseio pela ampliação do conhecimento, o desejo de ler e escrever e suas histórias de vida, as batalhas que enfrentaram desde novos, isso é muito comum entre eles. Eu sou uma profissional apaixonada pelo que eu escolhi, então, meu primeiro passo quando eu recebo meus alunos é acolhê-los. Conhecer um pouco deles pra saber como eu posso auxiliar e começar a construir um conhecimento formal. Eu aprendo bastante, também, com as histórias de vida, pois o ensino perpassa as paredes da escola, o ensino é vida e a vida é cotidiana, a vida é toda hora e ela se faz fora da escola, mas também dentro dela”, comenta a professora.

O programa

O programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), disponibilizado pela Semed, é ofertado para aquelas pessoas com mais de 15 anos, sem idade limite, que desejam iniciar ou completar o Ensino Fundamental.

Em virtude do perfil das pessoas que se matriculam nessa modalidade de ensino, a Semed oferece uma série de ações com o intuito de fazer com que o aluno não desista dos estudos e conclua o ensino básico através do programa. Entre essas ações estão a oferta de jantar na própria escola onde o aluno tem aula, antes do início das atividades educativas; disponibilização de transporte que busca e leva o aluno em casa, para que ele se sinta seguro no caminho entre sua casa e a escola; oferta de material e pedagogia pensada para lidar com as dificuldades desses alunos.
“É a oportunidade desse aluno não perder tantos anos porque vai ter um ensino focado para ele, onde vai acelerar, mas com qualidade. A partir daí, ele consegue ter uma autoestima novamente, porque, muitas vezes, o aluno está em uma turma, com uma idade um pouco avançada e não se sente tão integrado, então, o ensino noturno vai possibilitar que ele tenha essa questão da autoestima e uma linguagem própria para ele, um ensino que vai fazer com que se possa evoluir”, explica a coordenadora administrativa da Emef Prof. Laonte Gama da Silva,  Viviane Julião. 

A inscrição no programa é feita pelo portal  www.aracaju.se.gov.br/matriculaonline. Mais informações pelos números 3179-1538 e 3179-1574.

AAN

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