Com a falta de ação da diplomacia brasileira, o Senado vai iniciar uma mobilização para conseguir ajuda humanitária de países e organismos internacionais. O objetivo é a aquisição imediata de vacinas para conter o agravamento exponencial da pandemia de coronavírus no país.
O tema entrou em pauta no Legislativo nesta semana, depois de uma conversa do senador Rogério Carvalho (PT-SE) com o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Pacheco autorizou que a mobilização do Senado se dê via Comissão de Relações Exteriores, atualmente presidida por Kátia Abreu (PP-TO).
“É preciso acionar uma ajuda humanitária imediatamente. Caso contrário, teremos 500 mil mortos até junho. E quando a vacina chegar, a catástrofe já terá acontecido”, alertou Rogério Carvalho.
“Temos que conseguir vacinas emergenciais para conter essa nova variante. Caso contrário, o Brasil pode colocar a perder tudo o que o que o mundo tem feito para controlar a pandemia. Nesse ritmo, surgirão novas variantes num país de mais 200 milhões de habitantes. É preciso interromper esse ciclo. Por isso, é preciso apelar para o mundo”, ponderou o senador, que já foi secretário de Saúde de Sergipe.
Carvalho reconhece que, nesse momento, só há vacinas para países que compraram com antecedência. “Por isso, temos que fazer uma troca com países que já possuem vacinas para receber antecipadamente”, reforçou.
Carta de governadores
Na semana passada, diante do agravamento dos casos de Covid-19 no país e da disseminação da nova variante brasileira do coronavírus, governadores de 14 estados pediram, em carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro, que o governo federal adote medidas e procure organismos internacionais a fim de adquirir mais doses de vacinas.
Os governadores alegam no documento que estão no “limite” e que a vacinação em massa “é a alternativa que se afigura como a mais recomendável, e, provavelmente, a única capaz de deter a pandemia”.
“Neste momento, há novas, reais e importantes justificativas para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes, a principal delas é a chegada e a rápida disseminação, já no estágio de transmissão comunitária, da nova variante P1, que tem se revelado ainda mais letal, prejudicando os esforços para proteger a vida de nossas cidadãs e cidadãos, bem como de suas famílias”, afirmam os governadores no documento.
G1