Através das redes sociais, o senador petista reafirmou a colocação do ministro Gilmar Mendes a Moro de “juiz acusador”
Em um voto histórico pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro no comando dos processos da Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o então juiz de primeira instância cometeu crime para perseguir o ex-presidente Lula e tirá-lo do processo eleitoral de 2018.
Ainda durante a explanação do voto do ministro Gilmar Mendes. O senador Rogério Carvalho (PT/SE) usou o Twitter para manifestar o sentimento que toma conta do Brasil.
“O juiz acusador foi exposto em sua falta de caráter indiscutivelmente desprezível. O consórcio para fraudes escancarado para um projeto de poder. Tudo com complacência da mídia. A quebra da imparcialidade veio à tona. Lula foi vítima de uma perseguição política”, disse ele.

Em uma fala crítica, Gilmar chamou a Lava Jato de “projeto populista de poder” e usou expressões como “instrumentalização da justiça”, e “maior escândalo judicial da nossa história”, destacou o ministro do STF, primeiro a votar o habeas corpus.
Leia como Gilmar Mendes descreve a intenção política da Lava Jato:
“Seu objetivo maior era inviabilizar a participação de Luiz Inácio Lula da Silva na vida política nacional. Moro gerenciava projeto de poder que passava pela deslegitimação do PT e de Lula“.
O ministro observou que os magistrados que eventualmente concedessem habeas corpus a alvos da Lava Jato corriam risco de serem massacrados pelo que ele chamou de “conluio entre a mídia e os procuradores” de Curitiba.
Gilmar Mendes classificou a condução coercitiva do Lula como “hediondo estado-espetáculo de caráter policialesco”. E disse sobre os procuradores da Lava Jato que eles “combinam fraudes com estratégias de divulgação “
Enquanto Mendes expunha as tramas que estão descritas dentro dos processos, a ministra Carmem Lúcia soltou um ‘Gravíssima‘ quando Gilmar apontou o que seria uma conduta ilegal de procuradores.
Ao final do voto dele que durou cerca de duas horas, o ministro Gilmar Mendes reforçou que não se combate crimes, cometendo crimes.
“É relevantíssimo o combate à corrupção, mas ele tem que ser feito dentro dos moldes legais. O sistema acusatório tem que ser preservado. É preciso uma reforma, inclusive rediscutir o papel do Ministério Público. Ou faremos isso, ou instalaremos um sistema totalitário. ”, conclui Mendes.
Mesmo com as explicações de Mendes que as ações do Moro configuram uma ostensiva violência ao sistema jurídico do país, o ministro Kássio Nunes alegou não ter tido conhecimento integral dos autos, e pediu vistas dos processos.
Já no voto do ministro Lewandowski, ele falou na teoria da “árvore envenenada” em que diz que ninguém pode ser investigado, denunciado ou condenado com base, unicamente, em provas ilícitas.
Lewandowski destaca na fala dele em “indisfarçável parcialidade demonstrada por todos os atores constitucionais”, e que “restou escancarada, uma devida confusão entre as atribuições de julgar e acusar do ex-juiz Sérgio Moro”.
Ao votar com o relator, o ministro destaca haja a nulidade de todos os atos processuais, se a possibilidade de haver a convalidação dos atos de Moro, pelo vício insanável da parcialidade.
“Não é só a suspeição, é abuso de poder”, conclui ele.
Diante do pedido de vistas do ministro Kássio Nunes, o senador Rogério Carvalho voltou a se posicionar contra a Lava Jato.
“A Lava Jato, conhecida como República de Curitiba, é uma ópera de horrores que macula o sistema de justiça do Brasil”, finalizou.

site Rogério Carvalho