A delegada Danielle Garcia cometeu uma enorme barrigada (divulgação de informação falsa, no jargão jornalístico) ao tratar de aquisições de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) feitas pela prefeitura de Aracaju. Em entrevista concedida ao jornalista Rosalvo Nogueira, do site Hora News, a pré-candidata à prefeita da capital afirmou que as empresas contratadas pelo município para fornecer aventais e botas aos profissionais da saúde seriam importadoras e trariam os produtos de outro país, medida que desprestigiaria os fabricantes sergipanos.
Porém, uma rápida consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura de Aracaju, local onde Danielle diz ter consultado as informações que divulgou, é o suficiente para constatar que as empresas citadas são sergipanas, o que mostra ser falsa a notícia que ela produziu a partir da entrevista e compartilhou em suas redes sociais. “Estamos deixando de gerar emprego e renda para centenas de famílias daqui do nosso Estado”, disse Danielle, demonstrando desconhecer o fato de serem locais as empresas contratadas pela prefeitura da capital.
Conforme consta no site ‘Transparência Covid-19: informações sobre o combate ao coronavírus’, as aquisições de 100 mil aventais impermeáveis descartáveis e 200 mil unidades de bota propés foram realizadas através da Licitação Dispensável nº 50/2020, nos moldes da Lei nº 13.979/2020, com as empresas Três Leões Material Hospitalar LTDA, de Aracaju, e Biodiag Diagnóstica e Hospitalar LTDA, do município de São Cristovão.
Segundo a Secretaria da Saúde de Aracaju, todas as propostas e prospectos dos itens adquiridos passam por avaliação da equipe técnica da pasta para validação das especificações no Termo de Referência, bem como as exigências de qualificação técnica. Além disso, todas as aquisições de insumos, materiais e equipamentos de proteção individual seguem o que preconiza o Ministério da Saúde.
Apesar de tentar passar a ideia de ser uma boa investigadora, a delegada Danielle Garcia voltou a mostrar desconhecimento sobre as contratações feitas pela prefeitura de Aracaju, ao questionar na entrevista ao Hora News a origem dos recursos utilizados para construção do hospital de campanha, de modo a insinuar a necessidade de realização de uma nova investigação do contrato, embora sem justificar motivo para isso.
Da forma como se posicionou, Danielle desmereceu o trabalho do Ministério Público Estadual, órgão que já investigou o procedimento licitatório do hospital de campanha e atestou a regularidade do mesmo ao determinar o arquivamento da Notícia de Fato que apurou supostas irregularidades na licitação feita pela Secretaria da Saúde de Aracaju, que, antes mesmo do registro dessa Notícia de Fato, de forma espontânea e antecipadamente, já havia encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas cópia de toda a documentação referente a essa licitação.
